CONCÍLIO PSICANALÍTICO

GRUPO DE ESTUDOS DE APRIMORAMENTO 


SOBRE A HISTERIA
 

     - Conteúdo Programático                                                                           Apoio

1    A Histérica do séc. XIX e a História da Psicanálise
2    O Manejo da Transferência na Estrutura Histérica  
3    Contemporaneidade: A Histeria e os Novos Sintomas

- Local: CEAPP

- Inicio Previsto: abril de 2015 (encontros quinzenais)
- Carga Horária: 24 horas
      - Horário: 19:00 hs a 21 hs                                                                                          

- Informações: (71) 8882-3411                                                                                       
      - Coordenadoras                                                                                                                                                                        
     Maíra Mascarenhas (Psicanalista)                                                  
                                                                                                                   
     Lúcia Daiello (Psicanalista)      
                                                                                                                                       
   CEAPP – Centro de Estudos e Acompanhamento Psicanalítico e Psicopedagógico
                                Av. Paulo VI, 1709, Ed. Racional Center. Pituba – Salvador- BA                                                                                                                                                                

GADC_ GRUPO DE APOIO A PESSOAS COM DOR CRÔNICA


O Manifesto do Rio Negro_ Proposta de retorno ao sensorial,real e incógnito


Está em exposição, no Palácio das Artes, em Salvador, quadros e esculturas de Krajcberg cuja proposta é remeter o observador a um mundo das formas - linhas estilizadas e imagens naturalistas, nas quais o real rompe tão só ele e ao mesmo tempo fragmentado em novas nuances e sensações.

As sensações nos levam de volta ao nosso corpo com o convite de harmonizar o que sempre foi às faces de uma mesma unidade: o intelecto - intervenção humana e a corporeidade com sua possibilidade receptiva. Possibilidade esta repleta de inteligência e comunhão. Qualidades tão necessárias e atuais para o nosso viver.















Segue o manifesto presente na exposição:







Amazônia constitui hoje, sobre o nosso planeta, o "último reservatório", refúgio da natureza integral.

Que tipo de arte, qual sistema de linguagem pode suscitar uma tal ambiência - excepcional sob todos os pontos de vista, exorbitante em relação ao senso comum? Um naturalismo do tipo essencialista e fundamental, que se opõe ao realismo e à própria continuidade da tradição realista, do espirito realista, além da sucessão de seus estilos e de suas formas. O espirito do realismo em toda a historia da arte não é o espirito da pura constatação, o testemunho da disponibilidade afetiva. O espirito do realismo é a metáfora; o realismo é, na verdade, a metáfora do poder: poder religioso, poder do dinheiro na época da Renascença, em seguida poder politico, realismo burguês, realismo socialista, poder da sociedade de consumo com a pop-art.

O naturalismo não é metafórico. Não traduz nenhuma vontade de poder, mas sim um outro estado de sensibilidade, uma maior abertura de consciência. A tendência à objetividade do "constatado" traduz uma disciplina da percepção, uma plena disponibilidade para a mensagem direta e espontânea dos dados imediatos da consciência. Como no jornalismo, mas sendo este transferido ao domínio da sensibilidade pura, "o naturalismo é a informação sensível sobre a natureza". Praticar esta disponibilidade ante o natural concedido é admitir a modéstia da percepção humana e suas próprias limitações, em relação a um todo que é um fim em si. Essa disciplina na conscientização de seus próprios limites é a qualidade primeira do bom repórter : é assim que ele pode transmitir aquilo que vê - "desnaturando" o menos possível os fatos.

O naturalismo assim concebido implica não somente maior disciplina da percepção, mas também maior na abertura humana. No final das contas a natureza é, e ela nos ultrapassa dentro da percepção de sua própria duração. Porém, no espaço-tempo da vida de um homem, a natureza é a medida de sua consciência e de sua sensibilidade.

O naturalismo integral é alérgico a todo tipo de poder ou de metáfora de poder. O único poder que ele reconhece é o, poder purificador e catártico da imaginação a serviço da sensibilidade, e jamais o poder abusivo da sociedade.

Este naturalismo é de ordem individual. A opção naturalista oposta à opção realista é fruto de uma escolha que engaja a totalidade da consciência individual. Essa opção não é somente critica, ela não se limite a exprimir o medo do homem frente ao perigo que corre a natureza pelo excesso de civilização industrial e a consciência planetária. Ela traduz o advento de um estado global da percepção, a passagem individual para a consciência planetária. Nos vivemos uma época de balanço dobrado. Ao final do século se junta o final do milênio, com todas as transferências de tabus e da paranóia coletiva que esta concorrência temporal implica - a começar pela transferência do medo do ano 1000 sobre o medo do ano 2000, o átomo no lugar da peste.

Vivemos, assim, uma época de balanço. Balanço do nosso passado aberto sobre nosso futuro. Nosso Primeiro Milênio deve anunciar o Segundo. Nossa civilização judaico-cristã deve preparar sua Segunda Renascença. A volta do idealismo em pleno século XX supermaterialista, a volta de interesse pela historia das religiões e a tradição do ocultismo, a procura cada vez maior por novas iconografias simbolistas: todos esses sintomas são conseqüência de um processo de desmaterialização do objeto, iniciado em 1966, e que é o fenômeno maior da historia da arte contemporânea no Ocidente.

Apôs séculos de "tirania do objeto" e seu clímax na apoteose da aventura do objeto como linguagem sintética da sociedade de consumo - a arte duvida de sua justificação material, ela se desmaterializa, se conceitua. Os andamentos conceituais da arte contemporânea só têm sentido se examinados através dessa ótica autocrítica. A arte é ela mesma colocada numa posição critica. Ela se questiona sobre sua imanência, sua necessidade, sua função.

O naturalismo integral é uma resposta. E justamente por sua virtude de integracionista, de generalização e extremismo da estrutura da percepção, ou seja, da planetarização da consciência, hoje ela se apresenta como uma opção aberta - um fio diretor dentro do caos da arte atual. Autocrítica, desmaterialização, tentação idealista, percursos subterrâneos simbolistas e ocultistas: essa aparente confusão se organizará talvez um dia, a partir da noção do naturalismo - expressão da consciência planetária.

Esta reestruturação perceptiva refere-se á uma real mudança e a desmaterialização do objeto de arte, sua interpretação idealista, a volta ao sentido oculto das coisas e sua simbologia constituem um conjunto de fenômenos que se inscrevem como um preâmbulo operacional à nossa Segunda Renascença - etapa necessária para uma mutação antropológica final.

Hoje, vivemos dois sentidos da natureza: aquele ancestral, do "concedido" planetário, e aquele moderno, do "adquirido" industrial e urbano. Pode-se optar por um ou outro, negar um em proveito do outro; o importante é que esses dois sentidos da natureza sejam vividos e assumidos na integridade de sua estrutura antológica, dentro da perspectiva de uma universalização da consciência perceptiva - o Eu abraçando o mundo, fazendo dele um uno, dentro de um acordo e uma harmonia da emoção assumida como a única realidade da linguagem humana.

O naturalismo como disciplina de pensamento e da consciência perceptiva é um programa ambicioso e exigente que ultrapassa de longe as balbuciantes perspectivas ecológicas de hoje. Trata-se de lutar muito mais contra a poluição subjetiva do que contra a poluição objetiva - a poluição dos sentidos e do cérebro contra aqueda do ar e da água.

Um contexto tão excepcional como o do Amazonas suscita a idéia de um retorno à natureza original. A natureza original deve ser exaltada como uma higiene da percepção e um oxigênio mental: um naturalismo integral, gigantesco catalisador e acelerador das nossas faculdades de sentir, pensar e agir.

Pierre Restany

Alto Rio Negro, quinta-feira, 3 de agosto de 1978.
Na presença de Sepp Baendereck e Frans Krajcberg.


(in:http://www.krajcberg.vertical.fr/fkmanifesteportugues.html)

INVENÇÃO DO CONTEMPORÂNEO - O DIAGNÓSTICO DE ZYGMUNT BAUMAN PARA A PÓS-M...

Nossas construções, reflexos e imagens que talham nosso estar e funcionamento...









Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.
Paulo Freire
"Na realidade mais profunda,
além do espaço e do tempo,
talvez sejamos, todos,
membros de um só corpo."

Sir James Jeans


O ASPECTO COGNITIVO E AFETIVO DO MOVIMENTO



A realização da atividade corporal, o movimento e a estabilidade postural, desenvolvem-se de acordo com os objetivos à realidade e desejos de cada sujeito, em uma relação de simultaneidade com a afetividade e cognição. Nenhum ato, mesmo quando é automatizado, abstrai-se das marcas da linguagem-afetividade, já que media a construção de laços sociais e transformação do ambiente:o dar-se a ver para o outro.

A atividade corporal é organizada para responder a estímulos sensoriais e perceptivos (controle motor), que surgem da interação com o ambiente, com o imaginário e história de vida, inscritos no próprio corpo. Assim, o ato motor não é constituído apenas por uma estrutura reflexa e automatizada, já que utiliza a antecipação e pré-compensação das conseqüências dos movimentos, para manutenção efetiva do equilíbrio corporal. Desta forma, a ligação entre cognição e ação não pode ser ignorada, e é improvável que a ação– projeto e controle motor - seja efetiva sem adequar a intenção do sujeito à sua realização.

De acordo com Ajuriaguerra o aspecto afetivo está implicado na organização tônica - emocional do corpo e nos parâmetros cognitivos (como a organização do pensamento, memória), que regula e adapta o projeto motor, a percepção do espaço, do ritmo e dos objetos, bem como, a apropriação do corpo e sensações. Esta condição vai influenciar diretamente na funcionalidade de sistemas orgânicos (respiratório, circulatório, uroginecológico e cardíaco).

A psicomotricidade clinica correlaciona de forma clara os aspectos instrumentais (pensamento, afetividade, movimento, comunicação) e estruturais (Sistema Nervoso e o corpo) do sujeito. Assim, esta reflexão demonstra a contribuição relevante da psicomotricidade no processo de saúde. Conclui-se, então, que as aquisições funcionais apóiam-se não apenas em um trabalho voltado para o corpo, mais na construção de estratégias terapêuticas que envolvam conhecimento da psicogenética e estruturas de pensamento (sensório-motores e operatórios), inclusive em pessoas com a função cognitiva alterada. Ponto essencial também para o tratamento é a própria representação do sujeito diante à sua corporeidade, e a escuta que daí advém por parte do profissional, sustentado na ética psicanalítica.

ENFOQUE PSICOMOTOR NO ENVELHECIMENTO


O envelhecimento é um processo fisiológico natural e dinâmico que resulta em alterações constantes a nível físico, psicológico e social. Depende diretamente dos hábitos de vida e mecanismos de enfrentamento. Como conseqüência, observa-se uma diminuição no desempenho funcional (senescência), decorrente principalmente de déficits cognitivos (praxia ideomotora e ideacional) e sensórios – motores, sendo este processo dinamizado e intensificado pela falta de experiências neuropsicomotoras. Inserido nesta realidade, o corpo do idoso é marcado por estereótipos de incapacidade, o que afeta sua representação corporal (Esquema Corporal) e possibilidades de realização. Desta forma, envelhecer de maneira saudável não significa apenas a supressão - controle de estados mórbidos, mas o reconhecimento da condição de autonomia possível, o sentido dado às suas possibilidades e limites a nível funcional e expressivo e o investimento em certos cuidados e prazeres no tocante a corporeidade.

Através da psicomotricidade, o processo de saúde é abordado incluindo os pressupostos teóricos desenvolvimentistas (neuro - funcional / controle motor), psicogenéticos (organização do pensamento - consciência) e psicanalíticos intrincados na retrogênese neuropsicomotora. Considera-se a dimensão biológica, cognitiva e afetiva, onde os aspectos relacionam-se no sentido de configurar o processo de envelhecimento do sujeito neuropsicomotor nos diversos níveis de saúde e qualidade de vida. Conclui-se, então, que a inter-relação entre a psicomotricidade e a fisioterapia propõe-se em abordar os distúrbios neuropsicomotores, minimizando a resistência à terapêutica e ao autocuidado, potencializando o aprendizado neuropsicomotor e aa mudança de hábitos deletérios, Assim, as manutenções / aquisições funcionais sustentam-se não apenas em um trabalho voltado para o corpo físico, mais na construção de estratégias terapêuticas que envolvam a cognição e a forma que o sujeito significa o envelhecimento e o olhar do outro á sua nova condição humana (Imagem Corporal), redimensionando a função - corporeidade ao nível da assimilação que o indivíduo pode estabelecer com a mesma.